segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Avatar é tudo aquilo...e mais um pouco!


Falar aqui da maravilha visual que é Avatar é chover no molhado. O filme é absurdamente lindo e nos faz mergulhar por quase 3 horas no mundo maravilhoso e brilhante de Pandora. Saí do cinema impressionado com o poder que o filme tem de trazer o espectador para dentro daquele planeta (acho que o 3D ajudou um pouco também).
O que vale a pena falar sobre esse filme é da metáfora usada por James Cameron para trazer a realidade da ganância dos EUA para as telonas. Invertendo a lógica de invasões interplanetárias, sendo os humanos os intrusos e os Na'vi (os habitantes de Pandora) os que são hostilizados pelos invasores, Cameron mostra que a ganância não é apenas da sua terra natal, mas sim que está em nós. Nossa busca pelo poder e riqueza é incessante, mesmo que seja preciso matar algumas milhares de pessoas durante o processo.
O filme de Cameron deixa bem claro que a força militar que está invadindo pandora é dos EUA. O planeta de Pandora é regido por uma força comum entre seus habitantes e a floresta. Uma espécie de Deus, que eles chamam de Eywa. Óbviamente o US Army não leva Eywa em consideração quando passa por cima de tudo. Para eles, é só um bando de selvagens louvando alguma besteira. No caso é Eywa, mas também poderia ser Alá.
Uma cena muito interessantes do filme é quando o personagem principal posta em seu videolog uma mensagem de descrença da missão, dizendo que os nativos não trocariam suas crenças tão fortes e solidificadas por "cerveja ou calça jeans". Os soldados americanos no Iraque que o digam.
Essa questão do filme poderia ser facilmente adaptada à qualquer outra invasão da história, e é aí que Avatar é realmente legal. Cameron mistura a tecnologia militar lutando contra uma espécie de índio selvagem. De arco e flecha e tudo. Poderíamos fazer uma analogia não somente aos EUA, mas também aos espanhóis chegando à América. Os Ingleses na Escócia. E assim por diante.
Outra questão genial no filme é a vivência antropológica pela qual Jake Sully passa. Apesar de fazer parte de um grupo que só estava interessado em fazer o máximo de lucro possível com as riquezas locais, destruir o que fosse preciso e jamais pensar na questão da alteridade, Sully passa a ser um deles pela sua vivência com o grupo. Ele vive uma espécie de antropólogo (pois está junto ao Na'vi para estudá-los) que esquece quem é. Nisso Cameron nos faz pensar um pouco mais antes de ver um muçulmano na televisão e achar que todo aquele povo é "doido e ficam se explodindo por aí".
As cenas do povo Na'vi fugindo após os ataques do exército americano, com pessoas feridas, levando crianças moribundas no colo, poderia ser substituída por qualquer cena  de pessoas fugindo após ataques israelense na palestina, ou algo que o valha. (Me veio a última cena de Valsa com Bashir na cabeça).
Avatar também trata da questão ecológica. Como nós, os não selvagens, perdemos nosso contato e nosso respeito ao nosso planeta, que é o nosso único "deus" palpável.
Tem tudo isso e muito mais. Vários aspectos a serem pensados e, isso tudo, divertindo. Do começo ao fim.
Tem mocinho. Tem mocinha. Tem bandido com cara de mal. Tem tudo que um bom filme tem que ter para nos divertir (e fazer pensar)

3 comentários:

Unknown disse...

adorei, achei supimpa... o totoia é meio do mundo avatar, meio brilhoso e talz.

bjo

Nadia disse...

Convenceu bem, Vitor! Vou assisitir.

Unknown disse...

Olha, depois de taaanta, mas taaantagente falar: vou assistir, vai!
Até minha chefe tentou convencer...deve ser bom mesmo rs

beijo