War is a drug. É assim que começa o filme de Kathryn Bigelow sobre a guerra do Iraque. O filme mostra o cotidiano de um grupo desarmador de bombas, compostos por três homens em conflito (sem trocadilhos). Mike Sanborn, que age com cautela e tenta executar seu trabalho da forma mais segura e racional possível. Owens Eldridge, um soldado atortoado com o medo da morte iminente e William James, o desarmador de bombas, que age como um soldado que já não tem mais nada a perder.
O personagem de James personifica a frase de abertura. A guerra é uma droga e ele está completamente viciado nela. Ele está naquela lista de soldados, generais, tenentes, etc, que nasceram para a guerra. Aquela história, à la Patton, de um soldado de verdade nasceu para aquilo. Está em seu sangue, e somente a adrenalina da batalha faz ele sobreviver. O final do filme é emblemático. O lendário Will James, desarmador de 873 bombas, não consegue escolher uma caixa de cereal.
Sem dúvida esse é o melhor filme da nova empreitada militar dos EUA até o momento. Filmando algumas parte de forma semi-documental, câmera balançando, cenas desfocadas, a cineasta conseguiu fazer um filme de guerra que é ao mesmo tempo comercial e reflexivo. Toda a tensão vivida entre os três companheiros de equipe (principalmente entre Sanborn e James), as cenas de ação, e toda o suspense a cada desarme de toda, dão uma ótima dinâmica ao filme.
O filme não conta com um elenco de estrelas, apesar de ter excelente atores. Os dois atores mais famosos que aparecem no filme morrem com alguns minutos de participação. Guy Pearce (L.A, Cidade Proibida) morre nos primeiros minutos de filme e Ralph Fiennes (O Jardineiro Fiel) aparece em uma das melhores sequências do filme, mas logo é baleado. Nessa sequência angustiante, Mike e James duelam, com um rifle, contra uma dupla de snippers inimigos.
O filme é recomendadíssimo, e com o tempo, deve ser lembrado como um grande filem de guerra. Como Platton e Apocalypse Now para a guerra do Vietnã. Como Glória Feita de Sangue para a Primeira Guerra e como Patton para a Segunda Guerra.
Algo que deve ser destacado é que, além do horrível título de Guerra ao Terror, devemos falar aqui do péssimo trabalho de divulgação e distribuição feito com esse filme que é, nada menos, que um forte candidato à indicações ao Oscar de melhor filme. Não me lembro de ter visto esse filme em cartaz e a divulgação em DVD foi muito pobre, com um título horrível, que espanta qualquer um que está buscando um bom filme.
Postagens
